A Marinha na África Ocidental e Central


A Pirataria Marítima na Somália, alavanca a África para a consciencialização Marítima. O continente africano continua, ainda, a ser assolado quotidianamente por esta hedionda actividade, agora na sua costa ocidental. A verdade é que este tipo de ilicitude tem vindo paulatinamente a crescer ao longo dos cerca de 7.700 kms de costa do Golfo da Guiné (GG). Este Golfo, cujas águas banham países de duas grandes reuniões de África, a Central e a Ocidental, estende-se desde o Senegal a Angola, incluindo 17 países costeiros e 2 arquipélagos.
A primeira região do G.G. tem estado mais activa nas últimas duas décadas, nomeadamente nas águas da Nigéria, em geral, e no delta do Níger, em particular. Começou pelo pequeno roubo, contudo foi evoluindo para situações que já denotam planeamento e organização como o roubo de combustíveis (bunkering) e o sequestro de tripulantes para a obtenção de resgate.
Essa mudança gradual no modus operandi dos piratas do G.G. associado ao aumento da violência durante os seus actos e, ainda, o fato de o protagonismo da pirataria no continente africano ter passado para esta região, devido ao seu declínio nas águas da Somália, levou o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) a aprovar duas resoluções neste âmbito: a Resolução 2018 (2011) de 31 de Outubro, que condena os actos de Pirataria e os Assaltos à mão armada contra navios e incentiva os países da região a participarem activamente no combate a este fenómeno; e a Resolução 2039 (2012) de 29 de Fevereiro, que mostra a grande preocupação do CSNU com esta problemática e exorta a Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental, a Comunidade Económica dos Estados da África Central e a Comissão do Golfo da Guiné a trabalharem em conjunto na elaboração de uma estratégia regional da luta contra a Pirataria, os Assaltos à mão armada contra navios e contra outras actividades ilícitas praticadas no mar, em cooperação com a União Africana. Esta resolução incitava ainda os Estados do Golfo a fazerem uma Cimeira, a qual já ocorreu, em 19 de Março de 2013, no Benim, para delinearem uma estratégia comum para combater este fenómeno.
O CSNU, em 25 de Abril de 2016, através de uma declaração presidencial, voltou a manifestar a profunda preocupação da ONU com os actos de Pirataria e com os Assaltos à mão armada, contra navios no G.G., salientando a necessidade de uma abordagem abrangente, liderada pelos Estados da região com o apoio internacional, por forma a fazer face à actual situação.
Neste momento existe um grande número de organizações activas na região do G.G. conforme se pode ver a seguir, as quais, ao contrário do que acontecia no passado, já começaram a incluir nas suas agendas a segurança e a defesa do espaço marítimo. Para ler mais clique aqui.